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OS DESAFIOS DA GESTÃO EM TEMPOS DE CRISE


Num contexto de incerteza nunca antes vivido em que um vírus à escala planetária colocou em quarentena o Mundo dito civilizado, à parte das consequências para a saúde humanitária e sistemas saúde dos Países, este artigo pretende contribuir para a reflexão sócio-económica e financeira numa perspetiva microeconómica dos impactos desta crise a curto, médio e longo prazo e as medidas que se impõem aos agentes económicos em particular às empresas e aos empresários das PMEs.

Não vamos debruçar-nos sobre as eventuais medidas externas macroeconómicas dos Bancos Centrais, mas fazer uma síntese daquilo que são para já as medidas excecionais de apoio à economia já anunciadas e em vigor pelo Governo Português

Medias de apoio às empresas relacionadas com o impacto do Covid-19

As principias novidades nas Medidas de apoio à tesouraria das empresas que visam dotar o fundo maneio das empresas perante a crise e consequente decréscimo da atividade (quer pela via do consumo quer da sua força de trabalho) são:

-Linha crédito destinada a micro empresas e PMEs com montante máximo de 1,5milhões€ (com garantia até 80% e bonificação total da comissão da garantia) disponível já a partir de hoje 12 de Março;

- Alterações aos sistemas incentivos em curso nomeadamente através da aceleração do pagamento de incentivos dos pedidos pagamento apresentados, podendo inclusive ser efetuados a título adiantamento (que serão posteriormente regularizados com o apuramento do incentivo a pagar, sem necessidade de formalidade adicional para os beneficiários); do diferimento de amortizações de subsídios reembolsáveis, por um período de 12meses (válido para todas as prestações vincendas até 30/09/2020) sem qualquer encargo de juros ou outra penalidade para as empresas beneficiárias (dos sistemas incentivos QREN e PT2020); elegibilidade de despesas suportadas com eventos cancelados (n-ao considerando incumprimento pela não concretização de ações ou metas em razão da epidemia);

- Moratória no cumprimento das obrigações fiscais, nomeadamente, adiamento pelo prazo de 90 dias do 1ºPEC previsto para 31 Março e prorrogação por 30 dias do 1ºpagamento por conta previsto para 31 Julho; prorrogação entrega Modelo22 (declaração IRC e pagamento) para 31 julho;

- Aceleração do cumprimento de pagamentos pela administração pública;

- Reforço dos balcões/gabinetes apoio e aconselhamento às empresas (IAPMEI, IEFP, Segurança Social, etc)

- Regime baixas com pagamento até 70% do salário pelo impedimento temporário do exercício da atividade profissional em razão da epidemia;

- Simplificação do regime de lay-off mediante declaração da administração e TOC certificado no caso de suspensão da atividade relacionada com o surto de Covid-19, prevendo a retribuição liquida aos trabalhadores até 2/3 dos salários (há ainda a possibilidade de aderir ao regime simplificado de lay-off com formação, acrescendo ao supramencionado uma bolsa formação no valor de 30%IAS;

- Incentivo financeiro extraordinário com pagamento dos salários durante 1 mês (pelo valor do RMMG, 650€ p/trabalhador) na fase de retoma da atividade (após encerramento decorrente das medidas contenção do Covid-19)

- Suspensão do pagamento de contribuições para a segurança social a cargo da entidade empregadora que se enquadrem nas situações de lay-off simplificado e que sejam beneficiárias do incentivo financeiro extraordinário supramencionado;

- Plano extraordinário de formação e qualificação, apoiando com 50% do valor da remuneração dos trabalhadores sem ocupação em atividades produtivas (por força do Covid-19), acrescido do custo da formação;

Podiamos discutir aqui o alcance e necessidade de alargamento destas medidas nomeadamente às moratórias de juros e encargos de empréstimos e impostos correntes como Iva, contribuições segurança social, irs (retençãoo na fonte), etc, mas queremos focar a contribuição nas ações e medidas internas, de dentro para fora, que os gestores, líderes e empresários têm necessariamente que tomar e olhar (repensar, planear e tomar a ação) e não estar à espera que fatores externos lhes venham resolver os problemas criados por uma crise que tem tanto de imprevisível como insólita, e sem prazo validade previsível. Certos serão os impactos inevitáveis a médio e longo prazo na economia e na sociedade e que nada será como dantes. Todos teremos que fazer a nossa parte e começar já hoje para evitar o pior dos cenários! Pior do que uma má decisão é uma não decisão. O risco aumenta na proporção inversa da percepção ao risco. Se ignorarmos o cenário de crise aumentamos o risco.

Em contexto de incerteza o mais importante é assegurar a sobrevivência (onde me posso defender se os cenários forem os piores e contra o esperado)

Algumas medidas com impacto no aumento do fundo de maneio e fluxo caixa,como:

- Redução / Controlo apertado dos custos (onde posso cortar total ou parcialmente desde já);

- Transformar ativos em liquidez, nomeadamente reduzir o tempo médio de recebimentos de clientes e mobilizar aplicações, ações e obrigações bancárias;

- Recorrer a linhas de crédito de apoio à tesouraria;

- Renegociar passivos nomeadamente dívidas a Fornecedores e financiamentos bancários por forma a reduzir as responsabilidades mensais;

Estratégicamente e a médio/longo prazo temos que repensar o modelo de negocio, redefinir a nossa proposta de valor.

Temos que ser transparentes com a nossa equipa, com os nossos clientes, fornecedores e stakeholders em geral, para ganharmos confiança do mercado (caso contrário alimentamos o medo e a incerteza)

Temos que redefinir cenários e entender os riscos (evitando perdas maiores)

3 componentes do risco:

a) Probabilidade de acontecer (estimar p/permitir posicionamento)

b) Qual vai ser o impacto financeiro

c) Qual a capacidade de agir sobre isto?

Certo é que se fizermos as mesmas escolhas que fizemos no passado e até ao hoje não teremos resultados, pois concebemos um modelo económico totalmente diferente do que estamos a viver atualmente.

É fundamental reinventar o modelo de negocio

Mas os clientes teráo a mesma predisposição para investir nestes novos modelos negocio?

Quais os custos financeiros disto?

Os riscos podem ser controláveis (dependem da minha gestão), geríveis (dependem de fatores externos mas ainda consigo gerir) ou incontroláveis (não posso fazer nada)

Impõe-se parar para pensar por forma a tomar decisões que entendemos er em consciência e numa análise de cenários e probabilidades as mais adequadas.;

Fazer formação online para desenvolvimento de competências;

Estar mais em contato com os nossos clientes – como os podemos ajudar, quais as expectativas deles em como os podemos servir; no contexto atual. como levar/entregar valor aos clientes.


PRINCIPAIS PONTOS CHAVE A RETER:

Jogar à defesa

Assegurar a sobrevivência económico financeira

Assegurar que as empresas estão a tomar as decisões certas

Parar para ponderar os riscos

Não podemos esperar que tudo se resolva rapidamente

Temos que estar preparados para o pior dos cenários

Pior do que o erro é a inércia

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